Danilo Nazca PERFIL PROFISSIONAL: Dinâmico, versátil, hiperativo, social, objetivo e bem-humorado. Afinidade com projetos com informações, objetivos e cronograma bem definidos. FORMAÇÃO: Graduado em Publicidade e Propaganda, na Universidade Católica de Salvador (1991-1994 - primeira turma). Incompleto em Psicologia - UFBA (1991-1992). Intimidade com ambiente web e novas tecnologias. IDIOMAS: Inglês. Leitura avançada, escrita avançada e conversação fluente. Espanhol. Leitura básica e conversação básica. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: Redator publicitário desde 1995. Agilidade. Texto versátil. Conhece e aplica o Marketing por instinto. Larga experiência com ambiente web. Apaixonado por tecnologia, comunicação e internet. Envolvido com a internet em todas as etapas da sua evolução no Brasil. AGÊNCIAS POR ONDE PASSOU: Market Única Mezo Comunicação Agency 5 Mago Comunicação

segunda-feira, 9 de março de 2009

Uma civilização perdida em Tihuanaco - Bolivia


A pouco mais de 1 hora de La Paz, Tihuanaco é impressionante. Aqui foi a sede de um vasto império que se desenvolveu muito tempo antes dos incas, às margens do Lago Titicaca, na fronteira da Bolívia com o Peru. O que restou da Tihuanaco original já nos dá uma boa ideia de como era a vida dos seus habitantes originais. A cidade tem mais de 3.000 anos. É uma das cidades mais velhas do mundo. Ainda assim, a sua arquitetura era muito avançada, até mais do que a dos incas, com o uso de grandes e pesados blocos de pedra, cortados milimetricamente para a construção de pirâmides, praças e prédios dessa cidade. Durante o seu auge, Tihuanaco deve ter tido habitantes. Junto ao Lago Titicaca e suas Isla del Sol e Isla de La Luna, esse é o maior sítio arqueológico da Bolivia. Os espanhóis, claro, cuidaram de destruir tudo, quebrando as pedras, destruindo boa parte dos monumentos e explodindo o que restou para construir igrejas e ferrovias.

Quem quer que tenha vivido aqui e construídos essa cidade, estava num estágio muito avançado de arquitetura. As pedras são gigantescas, com cortes milimétricos em ângulos de 90 graus. Existem algumas pedras com baixo relevo, que cortam a pedra como sabão, com desenhos em formato de crus um dentro do outro, em pedra. O que foi usado para criar shakanas ou cruzes andinas em rocha bruta, liso como um mármore de shopping center?

Minha intuição diz que o Lago Titicaca antes vinha até as portas de Tihuanaco. Essa era a capital de um civilização que viveu na beira do Lago Titicaca há muito tempo atrás. A cantaria não é inca. Mesmo só restando ruínas, algumas praças continuam imponentes nos dias de hoje. Kalasasaya é o nome de uma dessas praças. É muito larga e em 2 cantos dela existem cortes precisos na rocha, num formato espiralado que lembra um ouvido humano, e onde a voz dos sacerdotes era amplificada e ouvida por toda a praça.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mais frio, ar rarefeito, pollos e cholas em La Paz – Bolívia

Depois de sair do calor e das planícies tropicais de Santa Cruz de La Sierra, o bus começou sua viagem a oeste da Bolivia, entrando nos domínios das Cordilheira dos Andes. A viagem tornou-se bem mais lenta, enquanto começamos a subida em direção à La Paz. Sobe, sobe, sobe e, no meio do caminho, faz uma parada na simpática cidade de Cochabamba. O tempo já estava bem mais frio e faríamos aqui uma conexão na rodoviária até as altitudes de La Paz.


Não existem 2 cidades como La Paz no mundo. Encravada a 4.000m de altitude em meio às desafiadoras montanhas dos Andes, La Paz é uma metrópole única. A sua população é grande e praticamente toda nativa. Junto com a vizinha El Alto, La Paz tem 2 milhões de habitantes. São os índios que comandam aqui, e não uma minoria branca descendente dos espanhóis. Eles moram em montanhas incrivelmente íngremes (bem mais íngremes que os nossos morros), com suas lhamas sobem e descem ladeiras fora do padrão do brasileiro, mascam hojas de coca todo o tempo e amam las papas (batatas).

La Paz está nas alturas dos Andes. O tempo é frio, mesmo no verão. Frio, seco e com ar rarefeito. Pra quem não está acostumado, o que é o meu caso, qualquer atividade física vira uma aventura estenuante. Muitos passam mal. Subir uma ladeira é um desgaste horrível. Dois lances de escada e você já está com a língua de fora. Dá pra entender facilmente porque a seleção da Bolívia ganhou de goleada do Brasil e da Argentina aqui em La Paz. Subir dois lances de escada me deixava morto de cansaço, imagine correr 90 minutos. O fato é que a altitude muda tudo e, se der mole, acaba passando bem mal. Tontura, boca seca, vertigem. Os bolivianos chamam esse mal-estar da altitude de soroche. As folhas de coca são um aliado ancestral para o homem dos Andes enfrentar essas condições. No meu caso, que venho do litoral, a mudança foi muito brusca. Claro que o site www.mochileiros.com me ajudou e peguei as dicas de usar Diamox uns 3 ou 4 dias antes de chegar na altitude. Fiz isso e não senti quase nada. Só um cansaço sem fim. Cheguei com minhas mochilas, subi 2 lances de escada e desabei no chão, ofegante. Abri a porta do meu quarto no hostel sentado no chão, tamanho cansaço. Como está na faixa tropical do globo, a Bolivia tem cidades como La Paz, Potosi e outras a altitudes muito elevadas, chegando até mais de 4.000 metros. Mas isso não faz com que exista neve. Se fosse na Europa, acima dos 1500m tudo já seria neve. Mas aqui, nada de neve. Só o vento frio dos Andes...


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Festival Flor de Luna @ Patagônia

Bom, não consegui encontrar minha bota impermeável. Mesmo com a Argentina sendo um país com tantas montanhas e tempo frio, os preços dos calçados de trekking são bem altos. Fiz verdadeiras jornadas por shoppings e tiendas em Buenos Aires e nada. Agora, cá estou eu, com um par de havaianas e outro de meias térmicas no meio da Patagônia. Minha namorada vai encontrar comigo em Santa Cruz de La Sierra, daqui a uns 5 dias. Ela disse que encontrou uma bora Quetzal por um preço excelente em São Paulo. Então só resolvo isos na Bolivia. Até lá...

O Festival Flor de Luna fica num local muito especial. Nas margens de um grande lago na Patagônia argentina: o Lago Puelo. A região é cheia de montanhas, pinheiros, lagos e é cercado de amoreiras. Sério. Tem amoras por todos os lados. Inclusive, a região e a cidade de El Bolsón são famosas por suas deliciosas - e caras- geleias de frutas vermelhas. Experimentei muitas amoras no caminho do ônibus até o festival. Uma delícia!


Tudo por aqui é meio hippie. O festival é bem roots, básico. A decoração é bem minimal, baseada em materias naturais, inclusive o palco, cercado de ramas de plantas. Tudo de bom gosto. A alimentação também é bem hippie, basicamente natural e só funciona em determinados horários. O que salvou foi o choripan, que é p'~ao, choriça e uma salada tipo vinagrete por cima. Fora isso, só comida vegetariana.

A cerveja é um capítulo à parte. Ela é toda artesanal aqui no festival. As marcas famosas, como a Quilmes, não é vendida. Só cerveja clara, vermelha e negra. As únicas cervejas em garrafa que são vendidas são em tamanho litro. E nossos hermanos tomar ela quente. Beme como vinho. Encostam em algum lugar no chão e meia hora depois oeferecem pra quem estiver ao lado, pra beber no gargalo. Quente. Bleargh!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Trekking urbano em Buenos Aires – Argentina


Ou como uma metrópole sul-americana com cara de Europa consegue ser tão charmosa e decadente ao mesmo tempo?

Chego em Buenos Aires numa tarde quente e úmida de verão. Faz 35 graus na capital argentina. Muito calor. Minha primeira visão do país dos nossos hermanos é de um exemplar do jornal Clarín, dobrado sobre o console de um velho caminhão de transporte do Aeroporto de Ezeiza. A visão é como uma metáfora da Argentina em 2009: um país de cultura rica que vive a realidade decadente de um passado glorioso.

Embarco num táxi que atravessa a cidade, desbravando todo o belo caminho do Aeroporto de Ezeiza até o Hotel Viamonte, no centro. Buenos Aires es muy hermosa. Uma profusão de belíssimos prédios históricos, uma arquitetura exuberante, com prédios imponentes, avenidas amplas, catedrais magníficas, praças encantadoras e uma clara inspiração dos modelos europeus de urbanização. Chwgo no Hotel. Do outro lado da rua fica a AFA - Associação de Futebol da Argentina. Quem sabe Maradona não aparece?


A cidade é muito grande. Seu surgimento e crescimento deve-se à presença de imigração italiana e espanhola, mas o sangue indígena nativo também corre nas veias dos argentinos. São 13 milhões de porteños na Grande Buenos Aires. É a quarta metrópole da América Latina, com um nível de urbanidade comparável ao de São Paulo. A Plaza de Mayo é estupenda. Os seus prédios são impressionantes. Verdadeiras jóias da arquitetura. Na verdade, o prédio que menos impressiona é a Casa Rosada, sede do governo federal.

É verão! As ruas estão cheias. De cara, me chama a atenção um detalhe: nas sacadas de muitos apartamentos e nas varandas de muitas casas, os argentinos estendem orgulhosos a sua bela bandeira nacional. O detalhe é que as bandeiras estão puídas, desbotadas, todas manchadas de poeira e fuligem. É um claro sinal dos tempos árduos que vivem os argentinos desde a crise dos anos 90.



Um simples passeio pelas ruas da cidade já deixa explícito todo o charme decadente de Buenos Aires. A recessão econômica deixou marcas profundas. Basta um olhar mais atento para perceber, por exemplo, como a frota de veículos está castigada pelo tempo. Modelos velhos e ultrapassados, de um tempo dourado que se foi. Pelas amplas e arborizadas ruas e avenidas da cidade, é possível ver mendigos e desabrigados famintos disputam espaço nas calçadas com elegantes exemplares da beleza da mulher latino-americana. Como toda metrópole sul-americana, o contraste é flagrante.


A cultura pulsa forte por aqui. É grande a quantidade de pessoas nos cafés, livrarias e bancas de revistas. As ruas e praças estão cheias. Parte disso é explicado pelo temperamento político aguerrido e contestador dos argentinos. A outra parte é explicada pela alta taxa de desemprego do país.

O tempo em que estive em Buenos Aires foi suficiente para conhecer bem o centro da cidade. O Hotel Viamonte fica na Calle Viamonte, no centro. De lá, parti para meus treekings diários em busca de uma bota impermeável para a viagem. Até encontrar, minha única opção de calçado eram as minhas velhas e fiéis havaianas.


Uma coisa que notei aqui é que os argentinos são nossos hermanos, principalmente quando você fala com eles em espanhol. Não tente usar português. Eles te esnobam. As chicas são muito, muito lindas. Têm um charme todo especial e até diria que são as mulheres mais lindas do mundo, seu eu não fosse brasileiro.

Hoje entrei num bar ao lado da AFA (associação de futebol da argentina) pra tomar uma Cerveja Quilmes. Todas as cadeiras tinham nomes de jogadores. Batistuta, Beckhan, Baggio, Van Basten, Maradona, Dino Zoff, Puskas, Paolo Rossi, Haji. Tinha jogador do mundo todo, menos de um certo país. Adivinha qual? Bom, me identidicram como brasileiro, bebi de golada a Quilmes, pedi a conta rapidinho e voltei pro hotel. Eles levam muito a sério futebol e eu era o invasor ali. Mas sou penta. ;)

Amanhã eu saio de novo para procurar minha bota impermeável e depois embarco num ônibus em direção à Patagônia Argentina, para o Festival Flor de Luna.

Veja aqui as imagens de Buenos Aires:

http://picasaweb.google.com/nazca22/ArgentinaBuenosAires#


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Os Preparativos

Essa viagem foi planejada nos mínimos detalhes por cerca de 3 meses. Do momento em que decidi viajar até o momento da partida, foram dedicadas muitas e muitas horas no planejamento de cada detalhe do roteiro. Para isso, fiz uso massivo do software Google Earth, visualizando antecipadamente – e com detalhe impressionante – todos os lugares por onde iria passar: estradas, cidades, pueblos, ruínas, pontos turísticos, distâncias. Algumas fotos que tirei estão disponíveis - via Panoramio - dentro do próprio Google Earth. Além disso, comprei um guia da Rough Guide para o Peru, outro para a Bolívia e um terceiro para a América Central, consultei dezenas de mapas e visitei centenas de sites e fóruns, como o www.mochileiros.com.br, essencial para tirar as dúvidas de qualquer viajante com uma mochila nas costas e mil ideias na cabeça.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Roteiro da Viagem

Acompanhe aqui todo o roteiro da viagem:

Trekking urbano em Buenos Aires – Argentina
Hippies, lago gelado e amigos no Festival Flor de Luna @ Argentina
Andes ou Europa? El Bolsón – Argentina
Uma passagem rápida pelo terminal de ônibus de Salta – Argentina
Saindo da Argentina por Pocitos – Argentina
Entrando na Bolívia por Pocitos – Bolívia
Descansando em Yacuíba – Bolívia
O encontro com Shau em Santa Cruz de La Sierra – Bolívia
Frio na simpática cidade de Cochabamba – Bolívia
Mais frio, ar rarefeito, pollos e cholas em La Paz – Bolívia
Uma civilização perdida em Tihuanaco – Bolívia
Um verão diferente na outra Copacabana – Bolívia
Barcos, ruínas e hojas de coca em Isla Del Sol – Bolívia
Toda a beleza do azul profundo do Lago Titicaca – Bolívia / Peru
Caixas eletrônicos defeituosos em Puno – Peru
Imersão no mundo inca em Cusco – Peru
Ruínas da antiga cidade e plantações de Pisac – Peru
Beirando o Vale Encantado dos Incas em Urubamba – Peru
Por dentro da fortaleza de Ollamtaytambo – Peru
Artesanato de alta qualidade e belos panoramas Chinchero – Peru
Depois do trem, aguardando a subida em Águas Calientes – Peru
A beleza estonteante de Machu Picchu – Peru
Uma réplica de Atlantis em Sacsayhuamán – Peru
Banhos da realeza inca em Tambo Machay – Peru
Nas dependências militares de Puca Pucará – Peru
Dentro do labirinto inca de Qenqo – Peru
A bela Plaza de Armas da ciudad blanca de Arequipa – Peru
Um sobrevoo sobre as misteriosas linhas de Nazca – Peru
Fazendo conexões em Ica – Peru
As ruínas de um forte terremoto em Pisco – Peru
Suco de cevada e micros lotados em San Clemente – Peru
As ruínas de um forte no vale de um rio em Tambo Colorado – Peru
Pousada ruim e a bruma que cobre o Pacífico em Cerro Azul – Peru
Rumo ao complexo arqueológico de Pachacámac em Lurin – Peru
Os cães-guardiões da cidade perdida de Pachacámac – Peru
Trânsito caótico e sujeira nas ruas de Lima – Peru
Descanso e moto-táxis em Barranca – Peru
Vencendo o primeiro obstáculo rumo a Caral em Supe – Peru
A cidade mais velha das Américas se chama Caral – Peru
Ruínas misteriosas e ceviches deliciosos em Trujillo – Peru
Depois de horas dentro de um ônibus até Tacna – Peru
Duro, faminto e cansado em Arica – Chile
Psychedelic trance e buena onda no Festival Monte Mapu @ Chile
Descanso e um pouco de produção musical em Santiago – Chile
Coqueiros, internet e saudades do Brasil em Iquique – Chile
A vida no deserto no oásis de San Pedro de Atacama – Chile
A riqueza do cobre nas ruas de Calama – Chile
Frio, San Pedro e psychedelic trance em La Paz – Bolívia
Mofando no Aeroporto de Santa Cruz de La Sierra – Bolívia

Boa viagem!